UBINAS

Escalada em: 01 de abril de 2004.

Junto com: Alexandre Lima e o peruano CarlosZarate.

Rota percorrida: Normal.

Dificuldade: F, fácil.

Tempo estimado: 2 dias.

Época adequada: maio a outubro.

Acesso: da cidade de Arequipa, pela estrada velha que vai a Puno, até a Laguna de Salinas.

Equipamento necessário: completo de caminhada, bastões de esqui.

A Escalada:

Fiz a escalada do Ubinas no início da Expedição Sul Peru (Mundo Andino), com a intenção de adaptar o organismo às elevadas altitudes, já que teria pela frente três montanhas com mais de 6 mil metros.

Saímos de Arequipa (2.350m) pela velha estrada que a ligava a Puno, hoje praticamente abandonada. A estrada esburacada de terra foi logo tomando altura, passando entre os vulcões Misti e Pichu Pichu. Depois dos 4.000m de altitude o caminhão Andino atravessou apertado um túnel escavado na rocha, então começamos a observar o terreno ganhando uma tímida vegetação, os famosos “ichus”, um capim que está presente em todos os Andes. Neste ponto saímos da estrada principal e logo surgiu em nossa frente a Laguna Salinas, repleta de flamingos, e ao fundo o nosso objetivo, o Vulcão Ubinas.

Seguimos viagem, por uma “pampa” (terreno plano) onde centenas de lhamas e alpacas pastavam tranquilas sem se intimidar com uma forte tempestade que ameaçava desabar, e desabou. Começou a chover forte, logo a nevar, e lá foi o Andino, sendo tocado pela primeira vez pelos focos de neve, e lá fomos nós, já sentindo tonturas em razão do ar rarefeito, sempre subindo.

A nevasca passou, e nós deixamos a estrada cheia de lama para seguir, já acima dos 4.500m, por pampas cobertas de cinzas vulcânicas. O Andino afundava nas cinzas (parecidas com uma areia escura), mas continuou valente, chegando até os 4.750m de altitude, ponto final da aventura 4×4.

Às 4 da madrugada partimos em direção ao cume do Ubinas. A subida foi fácil, por uma neve endurecida que havia acabado de cair nos últimos dias, mas, apesar da beleza da paisagem, não pude conter a minha decepção ao chegar à borda de cratera, pois o Ubinas é considerado um dos vulcões mais ativos do Peru, mas não vi fumarolas e nem senti o típico cheiro de enxofre.